Artigos científicos
Efetividade da educação em saúde no autocuidado e adesão de pacientes com insuficiência cardíaca: metanálise.
Objetivo: avaliar na literatura a efetividade das intervenções de educação em saúde na adesão e autocuidado ao tratamento de pacientes com Insuficiência Cardíaca Crônica. Método: revisão sistemática com metanálise. Foram selecionados estudos que comparavam intervenções de educação em saúde com o cuidado usual para avaliar os desfechos de adesão e autocuidado. A qualidade da evidência metodológica foi avaliada pelo sistema Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation. Resultados: as intervenções educativas foram mais efetivas em relação ao cuidado usual no desfecho de adesão (efeito fixo =0,3841; p-valor <0,001). Não houve diferença estatística no desfecho de autocuidado (efeito fixo =0,0063; p-valor =0,898). Conclusão: as intervenções educativas melhoraram o desfecho de adesão, mas não o de autocuidado no paciente com Insuficiência Cardíaca.
Consenso pelo método delphi de diagnósticos de enfermagem prioritários para insuficiência cardíaca na atenção primária.
Objetivo: descrever e analisar o processo da seleção dos diagnósticos de enfermagem prioritários para o cuidado enfermagem aos indivíduos nos diferentes estágios de insuficiência cardíaca, na atenção primária. Método: trata-se de um recorte de pesquisa, constituído por fase metodológica, com a aplicação da técnica Delphi junto a especialistas referente a 176 diagnósticos de enfermagem segundo a Taxonomia NANDA-I no período de dezembro de 2012 a julho de 2013.Resultados: 144 diagnósticos foram identificados como não prioritários e 32 foram selecionados como diagnósticos de enfermagem prioritários, agregados neste estudo como: “sinal de gravidade”; “conhecimento/atitude/prática”; “sintoma”; e “risco”. Conclusão: o mapa gerado por esse esforço fez-se útil para orientar a busca da prevalência de cada diagnóstico e sobretudo para propor intervenções em saúde na atenção primária direcionadas às necessidades dos indivíduos saudáveis, com diagnóstico clínico de insuficiência cardíaca ou com risco para o seu desenvolvimento.
O Efeito da Psicoterapia na Ansiedade, Depressão e Qualidade de Vida de Pacientes com Insuficiência Cardíaca: Um Ensaio Clínico Randomizado
Background: Patients with heart failure often experience depression, anxiety, and impacts on quality of life. Psychotherapeutic interventions have been used for chronic conditions, including cardiovascular diseases, showing improvement in mental health. However, no studies have assessed the effects of a psychological intervention using psychoanalysis on patients with heart failure. Objective: To assess the effect of short-term psychotherapy on depressive symptoms, anxiety, and quality of life of patients seen at a specialty clinic. Method: A randomized clinical trial with scales to assess outcomes before and after psychotherapy, under the perspective of psychoanalysis, with 12 weekly sessions. The Beck Depression Inventory, the Beck Anxiety Inventory, and the Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire were used. The mean initial and final scores for quality of life, anxiety, and depression were compared using Student’s t-test for independent samples when distribution was normal, or Mann-Whitney test when distribution was non-normal. A bivariate p-value < 0.05 was considered statistically significant for all analyses. Results: This study involved 32 patients, 50% were female, mean age was 64.3±11.6, and most participants were New York Heart Association (NYHA) functional class I (56.3%). For anxiety (p = 0.196), there was no statistically significant difference between groups. For quality of life and depression, there was a statistical difference (p = 0.009 and 0.035, respectively), with a medium effect (Cohen’s d = 0.593) on quality of life. Conclusion: Short-term psychotherapy in outpatients with heart failure showed an impact on depression and quality of life but did not improve anxiety. (Int J Cardiovasc Sci. 2021; 34(2):188-196)
Prevalência de diagnósticos de enfermagem prioritários em indivíduos segundo fatores de risco para insuficiência cardíaca na atenção primária
Associação entre sintomas depressivos e qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca ambulatoriais e hospitalizados
Objective: To analyze sociodemographic and clinical characteristics, depressive symptoms and quality of life of patients with heart failure and associate quality of life with depressive symptoms. Method: A cross-sectional study conducted with outpatients and inpatients. Sociodemographic data were collected and questionnaires were applied to assess quality of life (Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire) and depressive symptoms (Beck Depression Inventory). Results: The sample consisted of 113 patients. Outpatients were retired (p=0.004), with better education (p=0.034) and higher ventricular ejection fraction (p=0.001). The inpatient group had greater depressive symptoms (18.1±10 vs 14.6±1.3; p=0.036) and lower quality of life (74.1±18.7 vs 40.5±3.4; p<0.001) than the outpatient group. Outpatients with depressive symptom scores from 18 points had worse quality of life scores in 17 of the 21 questions.
Conclusion: Inpatients had worse depressive symptoms and quality of life, which was more affected in the physical dimension in those with moderate/severe depressive symptoms. Outpatients with more severe depressive symptoms had worse quality of life in all dimensions.
Obesidade associada à deficiência de vitamina D em pacientes com insuficiência cardíaca.
INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca está associada a um grande número de fatores de risco, dentre eles a obesidade. Os fatores de risco modificáveis podem ser gerenciados para diminuir significativamente o risco para desenvolver a doença, como a investigação de biomarcadores metabólicos, como a vitamina D. No entanto, há poucas evidências nas diretrizes sobre a associação da vitamina D como fator de risco na população com insuficiência cardíaca. OBJETIVOS: Avaliar níveis de vitamina D como fator de risco associado à obesidade em pacientes com insuficiência cardíaca. METODOLOGIA: Estudo observacional, prospetivo, tipo caso-controlo, realizado em uma clínica multiprofissional especializada em insuficiência cardíaca. O diagnóstico do estado nutricional foi realizado através do questionário validado miniavaliação nutricional (MAN) e antropometria. A coleta de sangue foi realizada seguindo as recomendações de biossegurança. A distribuição dos dados foi avaliada pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk. Foi considerado significativo valor de p<0,05. A análise estatística foi feita através do Software Statistical Package for the Social Sciences, versão 20.0. RESULTADOS: Avaliou-se 76 pacientes, 51,3% com classe funcional II (New York Heart Association). Em relação ao estado nutricional 58% apresentavam score de risco (MAN) e 75,1% com sobrepeso e obesidade; os níveis séricos de vitamina D são significativamente
menores no grupo com obesidade (80%; p=0,003); as medidas de circunferência de cintura são significativamente maiores no grupo com obesidade (p=0,020); os scores do risco nutricional (MAN) são significativamente maiores no grupo com obesidade (p<0,001). A insuficiência de vitamina D aumentou a chance para desenvolver obesidade (OR:4,5; IC95%:[1,1-19,2]). CONCLUSÕES: A investigação permitiu detetar que a insuficiência de vitamina D aumenta a chance para desenvolver obesidade em pacientes com insuficiência cardíaca.